António AREAL

António AREAL

António Santiago Areal e Silva nasce no Porto a 8 de Junho de 1934.
Parte da sua energia e do inconformismo que caracterizam o seu comportamento derivam da luta contra uma insuficiência cardíaca que o marca desde a infância e que lhe impõe restrições ás suas capacidades físicas e de trabalho.
Muda-se definitivamente para Lisboa com a família em 1951. Devido aos problemas com a saúde nunca termina os estudos secundários nem realiza qualquer preparação específica especializada. Os seus interesses literários são essencialmente poéticos e filosóficos.
Em 1952 afirma dedicar-se em exclusivo á criação plástica mas só após 1954 participa nas primeiras colectivas. 
Foi uma época em que a sua actividade se exerceu essencialmente no campo do desenho e sob a influência formal e temática do Surrealismo. Do cruzamento entre o literário e o visual, resultou num primeiro período, algumas ilustrações para livros e os seus primeiros “manifestos” artísticos em que se definia já a intransigência do seu carácter, a obsessão pela ruptura vanguardista, pelo entendimento da criação artística como uma ética.
A excelência da sua técnica como desenhador á reconhecida logo em 1957 ao ser-lhe atribuído o «Prémio de desenho» durante a I Exposição de Artes plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian pela sua obre «Homenagem a Fernão Mendes Pinto», bem como uma bolsa para estudar em Paris.
Entre 1960-61 viveu em S. Paulo, Brasil, onde apresentou em pleno o desenvolvimento de uma nova fase: liberdade ao gesto e á matéria, imagens inteiramente abstractas de grande energia e vigor, apresentando-se como estilhaços de cor e jogos de luz.
No desenho a densidade da pintura é substituída por um jogo de negros e sépias com fundos brancos.
O ano de 1964 significa uma nova faceta na sua produção, provavelmente o início da parte mais fecunda da sua obra; em relação formal com o surrealismo mas já dentro de um projecto que dele se afasta decisivamente.
Em 1965 recebe o prémio de Pintura da Casa da Imprensa. Inicia por esta altura uma fase que ele próprio designa de neo-figurativo, definitivamente afastado da abstração formal.
Em 1968 recebe o prémio nacional de desenho. Em 1971 inicia uma das mais importantes séries da sua pintura: O Coleccionador a que se seguiram a Série dos Cavaleiros e dos Pianistas marcando a sua clara opção pelo figurativo. Depois disto a sua actividade artística diminui consideravelmente participando apenas em esporádicas colectivas.
Morre em Julho de 1978 em Lisboa.


1952: Começou a dedicar-se as artes plásticas;
1955:  Exposição geral das artes plásticas, SNBA;
1956: Exposição geral das artes plásticas, SNBA;  Exposição artistas de hoje, Exposição Carlos Calvet e Jorge Vieira Galeria Pórtico, 1ª Exposição de colagens Galeria Pórtico;
1957: Exposição de gravura Portuguesa Contemporânea Galeria Gravura 1ª Exposição de artes plásticas promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian onde é distinguido com um prémio de desenho;
1958: 1º Salão de Arte moderna da SNBA;  1º Salão de Arte moderna da Casa da Imprensa;
1959:  Exposicion de Grabados Portugais Contemporâneos organizado pela Gravura Abril, Madrid;  Participação na exposição Bianco e Nero Lugano – Exposição L’incisione Contemporânea de Portugal lo Roma, Salon de Jeune Gravure Paris;
1960: II Salão Arte moderna, SNBA. Concebida bolsa estudo F. C. Gulbenkian;
1962: II Exposição individual de desenho e gravura Galeria de Arte S. Luiz, S. Paulo;
1967: Exposição IX Bienal, S. Paulo; Exposição no SNI “História dramática de um ovo”;
1968: Exposição na Cooperativa Árvore;  
1969: 1ª Exposição individual na Galeria de São Mamede, com desenhos de 1953/58; Exposição de Replica Watches desenhos com textos de Agustina Bessa Luís; Palácio Foz, Lisboa; Exposição na Galeria Alvarez;
1970: Galeria Bucholz;
1971: Exposição individual na Galeria de São Mamede;
1972: 10 Artistas da Galeria de São Mamede; Galeria Alvarez;  1973: Exposição individual na Galeria de São Mamede, “obras inéditas de 1962”;  Exposição individual na Galeria de São Mamede, “Sobre um tema de Fuseli”;
1974: Exposição da AICA em Lisboa;
1990: Primeira Retrospectiva, Porto, Fundação de Serralves e em Lisboa, Centro Arte Moderna, Fundação C. Gulbenkian