António Cardoso
António Cardoso [Pinheiro de Carvalho] nasceu em Amarante em 1932.
Concluiu o Curso do Magistério Primário em 1951. A sua formação artística iniciou-se com a frequência da Academia Alvarez (anos 50) e da Escola Superior de Belas Artes do Porto (1965-1966).
A sua ligação a Amarante e ao Museu Amadeo de Souza Cardoso determina o convívio, nos anos 50, com Albano e Victor Sardoeira. Foi através dele que se realizaram em Amarante exposições de Arte Moderna, organizadas pela Galeria Alvarez e que se realizaram no Porto exposições de Amadeo de Souza Cardoso, num intercâmbio cultural que se prolongaria tempo fora.
É investigador na área da história da arquitectura e da pintura, tendo publicado numerosos textos e ensaios em catálogos de exposições. Foi responsável científico de importantes exposições na cidade do Porto: Marques da Silva/Arquitecto 1896/1947 (Casa do Infante, 1986); Casa de Serralves, retrato de uma época (Casa de Serralves 1988); e Aguarelas de Marques da Silva (Instituto Marques da Silva, 2001).
Tem divulgado particularmente a obra de Amadeo de Souza Cardoso, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente através dos catálogos: Amadeo de Souza-Cardoso e o primeiro modernismo português (Fundação Juan March, 1998).
Uma parte da sua obra de crítica de arte encontra-se reunida no livro: Sínteses = Arte + António Cardoso (Edições Gémeo, 2004).
Foi Director do Museu Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante, desde os anos 90 e 2013, tendo sido responsável pelo catálogo da colecção do museu, editado em 1997.
Realizou exposições individuais na Galeria Divulgação, em 1967, no Porto, e no Museu Amadeo de Souza Cardoso, em 1979, em Amarante.
Participou em numerosas exposições colectivas, nomeadamente, nas seguintes: Exposições anuais e itinerantes da Academia Alvarez (1955-1962); Salões dos Novíssimos (1958-1964); Salões de Arte Moderna da SNBA (1958-61); II Exposição de Artes Plásticas da FCG (1961); Claro / Escuro, SNBA (1964); XV Exposição Magna da ESBAP (1966); Exposições do Cinquentenário da morte de Amadeo de Souza Cardoso (1969); Levantamento da Arte do Século XX no Porto, MNSR e FCG (1975); [+] de 20 grupos e episódios do Porto do séc. XX, Galeria do Palácio (2001); 50 Anos Depois, Galeria Alvarez (2004) e Amarante em Wiesloch, Alemanha (2004).
Recebeu o Prémio dos Críticos de Arte para a Representação Portuguesa na I Bienal de Paris, de 1959.
A sua actividade profissional é vasta e invulgar, uma vez que se reparte pelas áreas do ensino, da investigação histórica e da prática artística. Embora o seu empenho na área das humanidades possa ter ofuscado a sua actividade artística, António Cardoso nunca deixou de desenhar e de pintar, sendo certo que esta prática continuada que manteve foi, a partir de certa altura, menos divulgada do que o seu trabalho de professor universitário. Uma edição da Universidade do Porto celebrou a sua dimensão artística através do livro: 20 Desenhos de António Cardoso (Editora da Universidade do Porto, 2006).
Professor, museólogo, conferencista e crítico de arte, António Cardoso foi membro da APOM (Associação Portuguesa de Museologia), da ARPPA (Associação Regional do Património Cultural e Natural) e é membro da Associação Internacional dos Críticos de Arte (Secção Portuguesa).